Competição Longas Metragens CINANIMA 2022

To the Brigh Side

“TO THE BRIGHT SIDE” – XIYA LAN, NIANZE LI, YI ZHAO, GAOXIANG LIU, MAONING LIU, CHEN CHEN – (CHINA); O filme de animação chinês “To The Bright Side”, realizado por Lan Xiya, Li Nianze, Zhao Yi, Yu Kun, Liu Gaoxiang, Liu Maoning e Chen Chen estreia em Portugal, no CINANIMA, no dia 7 de novembro, às 18h30. A obra procura mostrar a visão de sete realizadores de várias escolas de animação de todo o país. Os filmes são inspirados em sete livros ilustrados onde cada tema é explorado por diferentes estilos visuais de animação, tais como pintura a tinta, corte de papel, aguarela e colagens. Este filme de antologia, composto por sete histórias animadas, retrata o “amor e emoção” e as relações familiares e pessoais na China, explorando temas como a relação mãe e filho, relações entre irmãos e relações de boa vizinhança. A obra retrata várias facetas do quotidiano no país, como a família, a gastronomia e a comunidade. “To The Bright Side” propociona uma viagem à China do passado e atual, urbana e rural, em cenários contemporâneos ou fantásticos. Todas as histórias são de amor, de crescimento e amadurecimento, embora existam protagonistas tão diversos como uma família de coelhos ou uma criança com a sua avó no campo.

Dozens of Norths

“DOZENS OF NORTHS” – KOJI YAMAMURA – (JAPÃO) O filme de animação japonês “Dozens of Norths”, de Koji Yamamura, vai estrear em Portugal na 46ª edição do CINANIMA, no dia 8 de novembro, às 18h30, na Sala António Gaio. A obra traz a sombria visão do mundo do aclamado animador, com paisagens desoladoras, baseadas numa série de ilustrações e textos que Yamamura tinha criado na sequência do grande terramoto do Japão, de 2011. O animador estreia-se em longa-metragem, com a sua assinatura de animações desenhadas à mão, com música de Willem Breuker. A visão do mundo sombria e sinistra, mas marcada pelo humor negro, é apresentada pelo sofrimento causado por acontecimentos do mundo real, pelos absurdos e tragédias da nossa existência. O realizador avisa que as suas memórias dos “Norte” que visitou são fragmentadas e pouco nítidas.

No Dogs or Italians Allowed

A 46ª sessão do CINANIMA conta com a estreia nacional do filme “No Dogs or Italians Allowed” de Alain Ughetto. A história pessoal do realizador cruza-se com o retrato de uma Europa do passado, não assim tão distante.

A co-produção internacional (França, Itália, Bélgica, Suíça, Portugal) estreia em Portugal no CINANIMA, no dia 9 de novembro, na Sala António Gaio, às 18h30.

No início do século XX, a família Ughetto enfrenta graves privações na sua aldeia natal, Ughettera, no Norte de Itália. Luigi Ughetto persegue a oportunidade de trabalho e atravessa os Alpes para França em busca de novas oportunidades para toda a família.  É o seu neto, Alain Ughett,  que conta a sua história através de uma conversa.

Cesira, avó do realizador, é quem relata a história de Luigi. O segundo de onze filhos, Luigi atravessa os Alpes para França em busca de uma nova vida, como tantos italianos. É a trabalhar na estrada que atravessa os Alpes que Luigi se apaixona pela filha do capataz, Cesira. O jovem casal faz a sua vida em França e é esta história sobre a Europa das guerras, da fome e fascismo que se cruza com a história do casal e dos seus descendentes. Foram milhões os italianos que se aventuraram pelos quatro cantos do mundo, levando os seus sonhos e a sua cultura exprimidos na música e na dança.

Quando visitou Ughettera, o realizador recolheu vários objetos do quotidiano, como carvão, brócolos, castanhas. “Quando regressei ao meu estúdio, com todas as coisas que lá reuni,eu compus uma decoração. Os brócolos transformaram-se em árvores, o carvão transformou-se numa montanha, os açúcares tornam-se tijolos… No coração da minha oficina, com Jean-Marc Ogier e a sua equipa, reconstruímos este mundo desaparecido. Recordamos o nosso pai, a nossa mãe, um pouco dos nossos avós, mas para além disso não muito: é o preto é a escuridão, é a grande história”, conta o realizador.

Os Demónios do Meu Avô

O filme português “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato, será exibido no CINANIMA, no dia 10 de novembro, na Sala António Gaio, às 18h30. Inspirado nas incríveis figuras de barro da ceramista Rosa Ramalho, o filme centra na cultura portuguesa as suas bases narrativas e estéticas. A vida de Rosa é inteiramente dedicada ao seu trabalho, é uma profissional de topo, altamente cotada no mercado empresarial e leva uma vida exigente, Mas a morte do seu avô, de quem se tinha distanciado muito decvido ao trabalho, acaba por colocar em dúvida as suas escolhas. Rosa decide partir ao encontro do lugar das memórias da sua infância, e acaba por encontrar um grupo de demónios de barro modelados pelo seu avô que parecem, por vezes, ganhar vida, aconselhando-a e orientando-a e consolando-a, como ele próprio teria feito. Os Demónios do meu Avô é a primeira longa-metragem nacional em animação de marionetas (stop motion).

Nayola

Nayola A longa-metragem de animação de José Miguel Ribeiro, “Nayola”, será exibida no dia 11 de novembro, na Sala António Gaio, às 18h30. O filme com argumento de Virgílio Almeida é baseado numa peça de teatro escrita por José Eduardo Agualusa e Mia Couto, e cruza três gerações de mulheres com a guerra civil de Angola como pano de fundo. A história de Lelena, a avó, Nayola, a filha, e de Yara, a neta, encerra um segredo dilacerante, uma busca temerária, uma canção de combate. Nayola parte em busca do seu marido desaparecido no teatro de guerra. Décadas mais tarde, o país está em paz, mas Nayola não regressou. Yara transformou-se numa adolescente rebelde e numa cantora de rap subversiva. Lelena tenta contê-la por medo de que a polícia venha prendê-la. Uma noite, um intruso mascarado invade a sua casa, armado com uma faca. Este encontro mudará as suas vidas.